3 de dezembro de 2013
PSDB é um moleque mimado
Se há algo de odiável na política brasileira é o PSDB. O PSDB é aquele moleque mimado do seu prédio/vizinhança/escola que só fazia merda, tocava o terror geral e que quando o caldo engrossava ia pra debaixo da saia da mãe se fazer de vítima. A mãe, óbvio, jamais questionou a inocência do filho, tão bonzinho e bem criado.
Até que esse moleque cresce, mas continua fazendo merda e vira um pária da sociedade. Um monstro das ruas, pronto para passar o trator em quem estiver por baixo e lamber as botas de quem estiver por cima. E junto com ele, uma turba ensandecida que aplaude suas insanidades e repete seus mantras e suas atitudes sem se questionar se isso faz algum sentido.
Quando alguns políticos do PSDB foram acusados de receber propina para fazer vista grossa no caso do cartel das licitações do Metrô e da CPTM, o partido não fez aquilo que sempre exige dos adversários quando se metem nessa mesma enrascada. Nenhum dos acusados foi afastado dos seus cargos ou deixou o sigilo fiscal ou telefônico ou qualquer coisa que pudesse comprovar sua inocência. Ao invés disso, eles acharam mais sensato acusar o acusador de complô e jogo político. Mais precisamente o PT, que, por acaso está no governo federal, e que por acaso é quem tem poderes sobre a Polícia Federal, que por acaso é especialista em investigações sobre crime de corrupção e lavagem de dinheiro. E por acaso, foi a PF quem investigou o escândalo do mensalão, cujo inquérito serviu de base para mandar altos dirigentes do PT para a cadeia, sem direito a recorrer em segunda instância.
Então, eu penso aqui com meus botões se talvez a Justiça da Suíça e da Alemanha também têm ligações com os petralhas. Porque no outro lado do Atlântico as investigações estão bastante avançadas e, logo logo, o bicho pode pegar geral pro lado dos tucanos. Isso se a Justiça Federal de São Paulo colaborar, mas isso são outros quinhentos. O fato é que a cúpula do PSDB que está reclamando de falta para cartão em um lance normal de jogo ainda não ofereceu qualquer outro argumento para se contrapôr às acusações. E também não mostrou nenhuma alternativa à opção de se abrir uma investigação na Polícia Federal. Se eles fossem um pouquinho mais cínicos, poderiam propor uma CPI na Assembleia Legislativa de São Paulo, tal qual aquelas que nunca foram abertas desde que o PSDB tomou posse no Estado - e lá se vão quase duas décadas.
E no fim de semana, como acontece de tempos em tempos, algum jornalão deu espaço para o FHC falar, e a maior contribuição que o mais admirado e respeitado político tucano poderia fazer ao debate político é dizer que seu partido sofre preconceito ideológico. Sim, o cara que já escreveu dezenas de livros sobre sociologia e que foi presidente em um momento chave da história nacional, só teve capacidade de trazer de volta o espectro da Guerra Fria. Isso deve ter fundido a cabeça de muita gente que acha que esse papo de ideologia não existe, esquerda e direita é coisa do passado, fim da história, político bom é político que faz e etc, etc, mas não é como se esse tipo de detalhe fosse ser levado em conta pelos nossos analistas políticos.
A imprensa, aliás – aquela que bateu palmas quando os movimentos “anticorrupção” foram para as ruas na onda dos verdadeiros movimentos sociais durante as jornadas de junho, e que alçaram Joaquim Barbosa, o Batman brasileiro, ao status de grande herói nacional, o único homem que faz a lei ser cumprida para todos, doa a quem doer –, achou que a apreensão de um helicóptero com 400 quilos de cocaína na fazenda de um deputado mineiro filho do senador braço direito do presidenciável tucano Aécio Neves não era um assunto tão relevante assim.
Até acho que o Aécio nem seria tão prejudicado assim com esse caso se a imprensa não tivesse feito esse jogo suspeitíssimo de sumir com os fatos, o que faz parecer que a ligação das pontas dessa história tem algum sentido. Jogaram na roda até o primo do Aécio, um tal de Tancredo Aladin, que foi condenado por fazer parte de uma quadrilha que vendia sentenças favoráveis a traficantes em Minas.
O lado bom disso tudo, pelo menos para ele, é que nenhum articulista da grande imprensa ousou sequer mencionar o nome do presidenciável ao comentar o caso do helicóptero. Mas talvez uma hora isso aconteça. E a culpa será do PT.
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