14 de fevereiro de 2009

O lance dos ingressos

Cortando o papo de primeiro post do ano e de que meu camarada aqui no blog não escreve mais no blog, e cortando o papo de feliz ano novo, porque feliz é o caralho.
Antes de mais nada, foda-se a nova regra ortográfica, e uma salva de palmas para o meu mau-humor, com hífen e a puta que o pariu.
Aqueles textos diplomáticos e corretos deixaram o BcF aporrinhador. O que estava faltando era apimentar a discussão com o bom e velho futebol. Parecia déjà-vu, mas aconteceu de verdade. Há não muitas postagens atrás eu falava da distribuição de ingressos em cotas, e cedo ou tarde as palavras te alcançam. Tudo o que leio a respeito sobre o clássico do dia 15 é sobre os malditos ingressos.
Todos já sabem a história. Antes todos os clássicos eram no Morumbi, o mando de campo era da Federação Paulista, que ficava com parte significante da arrecadação, depois dividida entre os dois times, e o que se via na arquibancada eram duas torcidas em um estádio dividido de forma igualitária. Eu sempre achei isso uma palhaçada. Eu que já fui em clássicos sem poder usar a camisa do meu time citaria Galvão e diria que “a física não permite” duas torcidas grandes em grandes números dentro do estádio.
A Federação escolheu ainda ano passado onde seriam disputados os jogos. A decisão do São Paulo em não ceder a carga costumeira de entradas se deve a inúmeras parcerias que o time tem feito e ações promocionais, como a venda do pacote para a primeira fase da Libertadores com o jogo de domingo de brinde, mas, logicamente, tem a ver com provocar o rival. Nos últimos anos os títulos somados à história deram essa característica arrogante ao torcedor e diretoria tricolor. É uma arrogância conquistada dentro de campo. Um direito que se põe em prática, resumidamente.
O destaque dessa história na mídia revolta. Na TV a cabo o São Paulo está certo. Na TV aberta está errado, e é uma afronta à nação corintiana. Esse é o tipo de coisa que se ouve na Gazeta, que apelou de vez para as massas (Vide a matéria em que chamam Kenny G de rapper, e não vou colocar o link porque sinto que os leitores querem tudo de bandeja e estão mal-acostumados). Na Globo, a transmissão do jogo começará com o narrador ou o repórter de campo explicando o desenrolar da história (“Antes do jogo houve a polêmica...” querem apostar?). Mas foi um baque tão grande assim? Para ser repercutido horas depois que o jogo acabar nas mesas redondas da vida, como indubitavelmente acontecerá?
Acho que a notícia é impactante porque o corintiano não faz a mínima idéia do que é ter um estádio. “Honestamente, nunca gerimos um estádio. Nem sabíamos que isso podia ser feito”. Mas o dono da casa escolhe a visita. Aí o Mano, muito malandro, diz que em qualquer estádio que jogar a torcida vai lotar. Então arrumem uma porra de um estádio próprio. Os caras pedem pra ser sacaneados...

2 comentários:

Igor Nishikiori disse...

Pô, não é bem assim. Fiquei praticamente um ano sem postar por questões além do meu alcance, fora a fadiga mental. Mas já estou com dois textos engatilhados aqui, meu velho.

Quanto ao texto, acho que São Paulo realmente pode fazer o que quiser com seu estádio. Mas, a FPF também está lavando as mãos para esse caso, sem se pronunciar, como se mandassem um foda-se para a diretoria são paulina. E sabemos da rixa que existe entre eles.

Andre Leite disse...

Então velhinho, queria provocar uma reação e ver você reagir. Tudo parte da estratégia.

E com certeza a Federação não bate o pé para não causar um mal estar maior. Vale lembrar que o sorteio dos mandos para o paulista deste ano aconteceu antes da última rodada do brasileiro.

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