17 de dezembro de 2007

Lembranças de um passado não tão remoto

Outubro de 2004. Porto Seguro, Bahia. Estávamos saindo do hotel onde nos hospedáramos em nossa viagem de formatura para darmos um rolê pela orla da praia. Mas antes precisávamos chamar uma amiga nossa, que pediu para avisar quando estivéssemos saindo. Andrei e eu fomos incumbidos dessa tarefa.

Entramos no nosso quarto. Retirei o telefone do gancho e pensei por alguns segundos.
- Você se lembra qual o número do quarto dela? - perguntei ao interlocutor.
- Pô, acho que é 610*, mais ou menos - respondeu ele.
- Hmm... Se eu não me engano, é número impar - completei.

Liguei para o 611*:
- Alô - disse uma voz feminina do outro lado da linha.
- Alô, aí é o quarto da Lívia?
- Não.
- Ah, obrigado.

Tentei o 613*:
- Alô - novamente uma garota atendeu.
- A Lívia está por aí?
- Não tem nenhuma Lívia nesse quarto, senhor.

Liguei para todos os números ímpares seguintes, até o 621*. Nenhum deles era o quarto dela. Reconheci meu fracasso e decidi que a deixaríamos para trás -- até porque essa era a nossa única opção.

Perto do hall de entrada, nós a avistamos junto com o resto do pessoal.
- Mas afinal, qual o número do seu quarto? - perguntei para ela, depois de explicar a situação ridícula que nos envolveramos há pouco.
- 612*.

De fato, a vida prega algumas peças na gente, pensei.


*os números não correspondem à realidade. Eles foram inventados pela Matrix.

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