4:25am. Estou tentando dormir há uma hora. Ainda não consegui. Não que eu não esteja cansado, mas um bando de filhos da puta fazendo festa do lado de casa como se fosse final de Copa do Mundo com o Bahia campeão tende a prejudicar o sono. Não vou comentar todo tipo de escrotice musical que ecoou no meu ouvido nas últimas horas, mas garanto que qualquer pessoa que leia esse blog nunca ouvirá (por vontade própria) essa merda.
Sabem aqueles caras nos filmes de ação fazendo justiça com as próprias mãos? Eu queria que eles conhecessem um pouco a burocracia do Brasil e depois disso saíssem arregaçando tudo, porque se eles conhecessem, ia ser o dobro de sangue, o triplo de cabeça rolando e eu particularmente torceria por cinco vezes mais empalações.
Mas Steven Segall não vai resolver o meu problema com o som na vizinhança, Lindomar Sub-Zero provavelmente aderiria à festa, e Charles Bronson já morreu. Mas piora. Porque quem também não vai resolver meu problema é o PSIU.
Para fazer uma denúncia eu preciso obrigatoriamente informar o endereço exato de onde vem o barulho, o nome da empresa que o fabrica, além da área de atuação da empresa (entre as opções estão Academia, Bar e Centro Espírita). Informações adicionais são bem-vindas: Qual a fonte geradora do barulho, em que dias funciona e se servem almoço.
Do que pude entender, portanto, o que o PSIU quer dos denunciantes (que fazem a fiscalização por eles) são indicações de lugares para bater um rango com música ao vivo. É uma escrotice como o sistema funciona. Para poder dormir de boa eu tenho que virar investigador, descobrir de onde vem o barulho, e avisar o PSIU em quantas vezes o cara comprou o som dele e se foi com ou sem juros. Mais um pouco e eu entro com uma câmera escondida, faço o flagrante e mando a reportagem pro Fantástico.
Ainda quando liguei me disseram que não poderiam atender a ocorrência pois ela deve ser feita com antecedência. Aí já é demais. Os caras querem que eu me infiltre no boteco, beba Glacial com a galera e descubra que horas da semana que vem começa a próxima sessão. Porra. Isso não é sala de cinema. Se eu soubesse o endereço, se soubesse que horas começa, e se servem a merda do almoço ou não, já teria resolvido o problema faz tempo com ferramentes mais competentes do Estado que a “Patrulha do Silêncio”.
Boas relações sociais no mundo nunca vão se resolver com religião. No Brasil com certeza não se resolverá com educação. E no meio da porra do bairro onde eu moro com certeza não vai se resolver com bom-senso.
Hoje eu não condenaria a violência. Hoje eu seria capaz de torcer por uma chacina.
Hoje eu estou com saudades do Charles Bronson.
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